Neoliberalismo e Subjetividade: Desdobramentos em um Serviço de Saúde Mental
DOI:
https://doi.org/10.56124/nuna-yachay.v7i13.009Palabras clave:
neoliberalismo, subjetividade, saúde mentalResumen
O objetivo deste artigo é discutir processos subjetivos produzidos na relação entre usuários e profissionais de um Centro de Atenção Psicossocial do Distrito Federal, Brasil, que se relacionam a expressões do neoliberalismo e da nova institucionalização no campo da saúde mental. A teoria da subjetividade numa perspectiva histórico-cultural é utilizada como referencial teórico central. A metodologia utilizada foi a construtivo-interpretativa, baseado na epistemologia qualitativa de González Rey, sendo a pesquisa realizada com a equipe profissional e usuários do serviço. Discutimos o atravessamento da lógica neoliberal na subjetividade social do serviço e como a racionalidade neoliberal se articula ao fenômeno da nova institucionalização, culminando na hegemonia do modelo manicomial em serviços que formalmente se voltam para sua superação. Como contraponto, enfatizamos a emergência de profissionais como agentes de suas práticas, que não apenas resistem às dificuldades atuais, mas produzem sentidos subjetivos alternativos à racionalidade neoliberal e à patologização da vida.
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